segunda-feira, 11 de abril de 2011

PAN-AMERICANISMO
Os precursores dos ideais pan-americanos remontam ao século XVIII, mas estes não tinham grande expressividade. De fato, a idéia de estabelecimento de uma união entre as sociedades americanas, só veio a ganhar maior expressão durante a luta pela independência das colônias americanas. O pan-americanismo deve ser entendido como um grande movimento de solidariedade a nível continental, com objetivo primeiro de promover a paz no continente americano, preservar a independência dos Estados e estimular seu inter-relacionamento.
Este “projeto de solidariedade continental” foi desenvolvido de duas formas distintas. Em primeiro lugar o bolivarismo e em segundo o monroísmo. O Bolivarismo provém da visão concebida por Simon Bolívar. Este líder da luta pela libertação de diversas colônias que viriam a se tornar Estados americanos acreditava que existia uma necessidade de união continental com objetivo de lutar contra uma possível contra-ofensiva espanhola, para tanto, os Estados americanos deveriam se unir em um grande bloco continental, o que, de certa forma, ainda é um grande desejo de certos políticos sul-americanos, que o diga excelentíssimo presidente Hugo Chávez. Em 1819 Bolívar criou a Grã-Colômbia, que só durou até 1830, fragmentando-se nos Estados da Venezuela, Equador e Colômbia. Por diversas vezes Bolívar tentou unir os Estados americanos, foi o que ocorreu em 1824, quando ele convidou os governos da América a reunirem-se com o objetivo de organizar uma confederação, o que só veio a ocorrer em 1826, no Congresso do Panamá, considerado a primeira manifestação do pan-americanismo. O congresso acabou mostrando-se um fracasso, por diversos motivos. Apesar disto, os ideais pan-americanos bolivaristas não cessaram, e novos congressos foram reunidos. Esses ideais deram bases ao sentimento de solidariedade continental.
A segunda expressão do pan-americanismo, o monroísmo, representa a visão norte-americana do mesmo, fundamentando-se no predomínio dos Estados Unidos sobre os demais Estados americanos, o que diverge em muito do bolivarismo, que pregava a igualdade entre as nações. Baseado na Mensagem Presidencial de James Monroe, enviada ao congresso dos EUA em 1823, o monroísmo negava aos Estados europeus o direito de intervenção no continente americano. Mas devemos ver este movimento como um reflexo da preocupação norte-americana com sua própria segurança, e não com a dos demais Estados americanos. Outro motivo seria o próprio projeto de expansionismo dos EUA e a intenção de garantir o livre comércio com os países recém independentes. Ou seja, o monroísmo na verdade nada mais é que uma expressão da política nacional norte-americana como forma de defesa de seus próprios interesses.